O MacGuffin: setembro 2005

sexta-feira, setembro 30, 2005

Já cá canta



Amigos em Portugal. Durutti Column. Já em CD. Edição original em vinil: Fundação Atlântica. De: Pedro Ayres Magalhães, Miguel Esteves Cardoso, Francisco Vasconcelos, Pedro Bidarra e Francisco Sande e Castro. Need I say more?

PS: a fotografia da capa é do Miguel Esteves Cardoso.

quarta-feira, setembro 28, 2005

"Não se pára mais"

"Claro que por detrás do episódio, como por detrás da história de Isaltino e de Loureiro, há uma realidade inquietante: o cinismo do eleitorado."
por Vasco Pulido Valente.

"Tenho sempre uma certa relutância em escrever sobre os "pequenos", ou seja, no caso, sobre Fátima Felgueiras, como antes dela tive em escrever sobre Isaltino ou sobre o major Loureiro, embora admita que nem Isaltino, nem Loureiro pertencem rigorosamente à raça. Essa relutância vem de uma razão prosaica: não ando a dormir e, em 30 anos, já pude perceber que os maiores "beneficiários" do regime não foram com certeza as criaturas um pouco patéticas que acabaram na televisão e nos jornais. O tráfego de influência, a fraude a sério, o negócio verdadeiramente corrupto, ficam por força e tradição entre indivíduos muito respeitáveis, que ninguém conhece e que nunca por nunca fazem falar de si. Ainda por cima, o grande crime, bem guardado por um exército de advogados, consegue conservar uma ficção de legalidade: uma assinatura aqui, um despacho ali, uma conversa acolá - e as coisas correm docemente.
Sabendo isto, despejar, tremendo, a indignação da praxe sobre a real insignificância de Isaltino, de Loureiro e de Fátima e opinar, com melancolia e pompa, sobre a famosa "moralidade da vida política" dá a impressão desagradável de bater no bode expiatório. Não porque eles mereçam qualquer condescendência. Mas porque o alarido esconde a enorme vigarice instituída, que os costumes permitem, o Estado consente e a televisão e os jornais largamente ignoram. Se alguém se aplicasse a descobrir o que valem hoje e o que valiam há vinte ou trinta anos certas personagens do regime, não perderia um décimo de segundo com a putativa delinquência de Fátima Felgueiras. Queimar a bruxa (mesmo a bruxa má) não me parece, em princípio, um exercício produtivo e saudável.
Claro que por detrás do episódio, como por detrás da história de Isaltino e de Loureiro, há uma realidade inquietante: o cinismo do eleitorado. Apoiando este extraordinário grupo, o eleitorado, ou pelo menos parte dele, está a comunicar à justiça e aos partidos: "Todos roubam. Toda a política é um roubo organizado, que os senhores protegem. Escusam de nos dizer que eles são piores - não são. São até melhores porque nos trataram bem. Se agora resolveram limpar a casa, comecem por outro lado." Se os três ganharem, ou se um deles ganhar, não importa qual, é o regime que perde. Não vale a pena inventar desculpas. Quando o voto rejeita expressamente a decência comum, não se pára mais."

in Público 24-09-2005

"O homem que passou"

"Deixemo-nos de tretas: independentemente de serem ou não apoiantes de Mário Soares, quantos portugueses preferiam que Mário Soares não tivesse respondido "Fisicamente tenho boas artérias, tenho a próstata em bom estado e não tenho diabetes, portanto, tenho uma vida normal" quando interrogado sobre a influência que a sua idade pode ter nos resultados desta sua candidatura presidencial?!"
por Helena Matos.

"homem que passou é aquele que desempenhou a sua missão, que a desempenhou bem ou mal, não importa, e já não pode desempenhar outra, nem prosseguir a que assumira. Se é orador, a sua palavra jamais será escutada; (...); se é político, as multidões não lhe obedecerão; e nunca mais o seu braço será procurado, nem o seu conselho pedido (...).
"O homem que passou é o homem que já não conta, o homem com quem o tempo não conta por lhe faltar a chama interior do entusiasmo ou o favor da opinião, estas duas energias sem as quais não é possível realizar uma obra ou prosseguir um destino. (...) O que até então fora louvado será diminuído, o que fez de bom será atribuído aos outros, e se lhe mantêm a autoria logo lhe desviam o objectivo; e onde houve o propósito de fazer por bem, logo dirão que fez por mal, onde houve o maior desinteresse, logo lhe assinalarão o maior proveito.
"O homem que passou é como o ano que passa. No momento mesmo em que corta a meta da eternidade, o ano que passou é mal querido e insultado. Começam a insultá-lo aqueles a quem não serviu, ainda que não tenha servido com razão; depois os indiferentes; e, atraídos ou sugestionados pelo clamor, até aqueles mesmo a quem encheu de benemerências. (...) Aquele que não quer passar depois de ter passado, ainda ouvirá palmas, mas já não são palmas, são despedidas e não despedidas com saudades mas com ironias. As palmas são para o tempo, para que seja contente e caminhe mais rápido, para que mais depressa o leve."
Este texto não foi escrito em 2005. Não tem um ano nem dois. Tem quase sete décadas. Foi publicado no último dia do ano de 1938 na primeira página do jornal O Século. Tendo em conta o tema e as funções do seu autor - Manuel Rodrigues, então ministro da Justiça - imediatamente surgiram boatos e rumores sobre a identidade do "homem que passou". Aos olhos dos leitores o homem de que fala o texto só podia ser Salazar que há dez anos, em 1928, entrara para o Governo como ministro das Finanças e há seis, 1932, se tornara presidente do Conselho.
Em 1938, Salazar estava longe de ser um homem politicamente acabado. Novo, tinha então 49 anos, o desfecho da guerra de Espanha e o agravar da crise na Europa davam-lhe um invulgar protagonismo internacional. Internamente a sua liderança era inquestionável e via-se acrescentada pelo lançamento de grandes projectos como a Exposição do Mundo Português. Mas aos olhos de homens como Manuel Rodrigues era então já evidente a sua incapacidade de deixar o poder. Manuel Rodrigues estava longe de supor, quando escreveu este texto, que só trinta anos depois e, mesmo assim na sequência duma queda, Salazar deixaria o poder. Mas a cada ano em que permaneceu no poder ganhavam maior expressão as palavras proféticas de Manuel Rorigues: "Começam a insultá-lo aqueles a quem não serviu, ainda que não tenha servido com razão; depois os indiferentes; e, atraídos ou sugestionados pelo clamor, até aqueles mesmo a quem encheu de benemerências."
Manuel Rodrigues escrevia bem e, felizmente para ele e para nós, os bons textos resistem ao tempo. Infelizmente também os vícios de cada tempo tendem a acompanhar-nos geração após geração. Agarram-se-nos à pele e quando de forma definitiva os dávamos como símbolos do passado, eis que eles regressam e atravancam tudo. E a incapacidade de "passar" em política tem marcado a nossa História.
Desta conjuntura entre a perenidade dos nossos vícios políticos e a intrínseca actualidade dum bom texto resulta que um texto redigido, em 1938, sobre Salazar se aplica notavelmente, em 2005, à candidatura presidencial de Mário Soares. Está lá tudo. As constatações da debandada: "O que até então fora louvado será diminuído, o que fez de bom será atribuído aos outros." Está lá também o retrato cruel mas lúcido do drama do pessoal "homem que passou". Ele é "aquele que desempenhou a sua missão (...) e já não pode desempenhar outra, nem prosseguir a que assumira". E sobretudo está lá esse pudor constrangido de que assiste a esta decadência: "(...) ainda ouvirá palmas, mas já não são palmas, são despedidas e não despedidas com saudades mas com ironias."
À medida que na manhã de sexta-feira percebia o teor das declarações que Mário Soares fizera, na véspera, no Brasil perante alguns emigrantes portugueses esta frase de Manuel Rodrigues - "(...) ainda ouvirá palmas, mas já não são palmas, são despedidas e não despedidas com saudades mas com ironias" - tornava-se-me cada vez mais presente. Quase obssessiva! Deixemo-nos de tretas: independentemente de serem ou não apoiantes de Mário Soares, quantos portugueses preferiam que Mário Soares não tivesse respondido "Fisicamente tenho boas artérias, tenho a próstata em bom estado e não tenho diabetes, portanto, tenho uma vida normal" quando interrogado sobre a influência que a sua idade pode ter nos resultados desta sua candidatura presidencial?!
Nos sorrisos que estas declarações geraram existia mais embaraço que alegria - "já não são palmas, são despedidas e não despedidas com saudades mas com ironias" como diria Manuel Rodrigues.
"Mário Soares reagiu com bom humor a uma pergunta sobre se a sua idade não será um impedimento para o cumprimento das funções de Presidente da República durante cinco anos." - lê-se no texto em que a agência Lusa deu conta de tais declarações. Durante quanto tempo mais as notícias sobre deslizes como este serão filtradas e devidamente introduzidas por expressões como "bom humor"?
Os péssimos resultados das sondagens e o caso Alegre são os primeiros sinais do drama. Não tarda que "sugestionados pelo clamor, até aqueles mesmo a quem encheu de benemerências" comecem a desertar. Sairão discretamente de cena. Para que uns não lhes dêem pela falta e outros não se apercebam da sua presença. Mas convém que se lhes fixe o nome e o rosto. Em primeiro lugar porque são responsáveis pela promoção duma candidatura presidencial que representa uma perversão da democracia - tal como Fátima Felgueiras não estava fugida à justiça também Mário Soares se pode constitucionalmente recandidatar. Todos sabemos que assim pode ser à face da lei mas não perante os olhos e a consciência dos portugueses. Em segundo lugar fixemos-lhes os nomes porque eles são responsáveis pelo aviltamento pessoal em que esta campanha se arrisca transformar para Mário Soares. É certo que ele quis ser candidato. É certo que como o "homem que passou" de que falava Manuel Rodrigues também Mário Soares foi eliminando as possibilidades de renovação no seu campo político. Mas nada disto seria suficiente para que Mário Soares avançasse. Agora é tarde. Como lidar com isto? - esta é uma pergunta que não diz apenas respeito aos seus apoiantes. Por amarga ironia, Mário Soares está progressivamente a deixar de ser um candidato a apoiar ou um adversário a combater. Independentemente dos resultados que vier a obter, Mário Soares é o problema desta campanha presidencial. E isso é muito triste."

in Público 24-09-2005

terça-feira, setembro 27, 2005

Provavelmente

segunda-feira, setembro 26, 2005

Swallow

The call is a simple 'tswit, tswit, tswit' or 'weet-a-weet'; the song is a prolonged sweet twittering.


sexta-feira, setembro 23, 2005

"O inconcebível acontece"

O "modelo social" tão querido ao socialismo e à "Europa", sonho de um século (do século XIX), faliu. Faliu financeira, económica, social e politicamente. Não vale a pena repetir, argumento a argumento, a razão por que não pode sobreviver. Não pode: e estamos todos, da Alemanha a Portugal, na iminência de uma catástrofe, que irá tornar o mundo em que nascemos num mundo irreconhecível e hostil."
por Vasco Pulido Valente.

"A Alemanha sabe que precisa de reformas, mas não quer reformas. A França sabe que precisa de reformas, mas não quer reformas. A Itália sabe que precisa de reformas, mas não quer reformas. Portugal sabe que precisa de reformas, mas não quer reformas. A palavra "reformas" não descreve bem o remédio ou, se quiserem, a necessidade. Do que se trata é de uma revolução. O "modelo social" tão querido ao socialismo e à "Europa", sonho de um século (do século XIX), faliu. Faliu financeira, económica, social e politicamente. Não vale a pena repetir, argumento a argumento, a razão por que não pode sobreviver. Não pode: e estamos todos, da Alemanha a Portugal, na iminência de uma catástrofe, que irá tornar o mundo em que nascemos num mundo irreconhecível e hostil.

A maioria das pessoas não consegue imaginar mudanças de uma grande radicalidade. Mesmo quando os sinais se acumulam e a lógica se torna inescapável. Em 1914, ninguém acreditava numa guerra de cinco anos, com (pelo menos) nove milhões de mortos. Ninguém acreditou depois que não havia espécie de maneira de "apaziguar" Hitler ou de negociar com Estaline. E com certeza que nenhum comunista admitiu o colapso do Império Soviético. Como dizia o outro, o género humano não suporta demasiada realidade. Ainda por cima, nesse ponto, as coisas pioraram. O Estado-Providência transformou o cidadão vulgar num quase absoluto irresponsável e os dirigentes da democracia fazem uma carreira de lhe mentir.

Um adulto europeu espera, no mínimo, o seguinte: que o Estado lhe eduque os filhos, que o Estado o trate na doença e que o Estado lhe dê uma pensão para uma velhice decente e próspera. E espera também trabalhar pouco (em França, 35 horas por semana), um aumento de salário no fim do ano, que lhe paguem as férias, que lhe garantam o emprego e, muitas vezes, que lhe dêem uma casa ou uma renda barata. Só que esta fantasia, que assentava no domínio universal do Ocidente, na miséria da Ásia e na escravidão da Europa oriental, acabou - e acabou para sempre. Não serve de nada pôr um remendo aqui e um remendo ali. Mais tarde ou mais cedo, o edifício vem abaixo. E não virá abaixo em concórdia e paz. Nenhum regime político resiste à impotência e o que hoje têm de comum os governos da Europa, na Alemanha como em França, em Itália com em Portugal, é manifestamente a impotência. Da fraqueza não sai a ordem; e o inconcebível acontece."

in Público 23-09-2005

terça-feira, setembro 20, 2005

"By the time Germans decide, it'll be too late"

"If you want the state of Europe in a nutshell, skip the German election coverage and consider this news item from the south of France: a fellow in Marseilles is being charged with fraud because he lived with the dead body of his mother for five years in order to continue receiving her pension of 700 euros a month. On Sunday, Germany's voters decided that, like that Frenchman, they can live with the stench of death as long as the government benefits keep coming", por Mark Steyn

"If you want the state of Europe in a nutshell, skip the German election coverage and consider this news item from the south of France: a fellow in Marseilles is being charged with fraud because he lived with the dead body of his mother for five years in order to continue receiving her pension of 700 euros a month.

She was 94 when she croaked, so she'd presumably been enjoying the old government cheque for a good three decades or so, but her son figured he might as well keep the money rolling in until her second century and, with her corpse tucked away under a pile of rubbish in the living room, the female telephone voice he put on for the benefit of the social services office was apparently convincing enough. As the Reuters headline put it: "Frenchman lived with dead mother to keep pension."

That's the perfect summation of Europe: welfare addiction over demographic reality.
Think of Germany as that flat in Marseilles, and Mr Schröder's government as the stiff, and the country's many state benefits as that French bloke's dead mum's benefits. Germany is dying, demographically and economically. Pick any of the usual indicators of a healthy advanced industrial democracy: Unemployment? The highest for 70 years. House prices? Down. New car registration? Nearly 15 per cent lower than in 1999. General nuttiness? A third of Germans under 30 think the United States government was responsible for the terrorist attacks of September 11.

While the unemployment, real estate and car sales may be reversible, that last number suggests the German electorate isn't necessarily the group you'd want to pitch a rational argument to. In the run-up to the election campaign, there were endless references to "necessary reforms" and "painful change". And, in the end, the voters decided they weren't in the mood for change, especially the painful kind.
It was Angela Merkel's election to lose, and she certainly did. She did a swell job selling herself to foreign capitals as the radical reformer Germany needed. Alas, when it came to putting the same case to her own people, she balked. By the end of the campaign, she was promising little more than some slight tinkering, and even that proved too much for great swaths of eastern and central Germany.

Back in the summer, I was reprimanded by a couple of Euro-grandees for my gloomy assessment of the Continent. Just you wait, they chided me; Mrs Merkel was "Germany's Thatcher" and this chap Sarkozy was "France's Reagan" and in a year's time the entire political scene would be transformed. I couldn't see it myself. Mrs Thatcher and President Reagan were certainly powerful personalities, but 25 years ago they also had electorates who accepted that the status quo was exhausted and unsustainable. The Germans are nowhere near that point.

In fact, insofar as there's been any trend in recent regional and European elections, it's that voters were punishing Mr Schröder's party even for the very modest reforms to which he was committed: they're not at the Thatcher stage, they're more like those council workers who reacted to Jim Callaghan's call for a limit of five per cent pay increases by demanding 40 per cent. According to recent polls, 70 per cent of Germans want no further cuts in the welfare state and prefer increasing taxation on the very rich. In April, only 45 per cent of Germans agreed that competition is good for economic growth and employment.

In other words, things are going to have to get a lot worse before German voters will seriously consider radical change. And the question then is whether the Christian Democrats will be the radical change they consider: as Sunday's results in east Germany indicate, it's as likely if not more so to be ex-Commies or neo-Nazis or some other opportunist fringe party. The longer European countries postpone the "painful" reforms, the more painful they're going to be.

That being so, a serious "reform" party ought not to be propping up the status quo. The Christian Democrats have nothing to gain from joining the SPD in a grand coalition of all the no-talents. All that would happen is that blame for the ongoing sclerosis would no longer be borne by Mr Schröder alone but could be generously apportioned to Mrs Merkel, too.

Meanwhile, the Greens and the new Left party would become the principal opposition and the last thing Germany needs is to rearrange its political dynamic as a choice between the status quo and the far Left. So my advice to the Christian Democrats would be to sit this one out. You're only going to get one shot at fixing the country and a neither-of-the-above election where no one has a mandate for anything isn't it.

Which brings us back to that nonagenarian corpse in the Marseilles flat: what does it take to persuade the citizens of "enlightened" social democracies that sometimes you've got to give up the benefits cheque? Guardian and Independent types have had great sport with America over the last couple of weeks, gleefully citing the wreckage of New Orleans as a savage indictment of the "selfishness" of capitalism.

The argument they make is usually a moral one - that there's something better and more compassionate about us all sharing the burden as a community. But the election results in Germany and elsewhere suggest that, in fact, nothing makes a citizen more selfish than lavish welfare and that once he's enjoying the fruits thereof he couldn't give a hoot about the broader societal interest. "Social democracy" turns out to be explicitly anti-social.

Old obdurate Leftists can argue about which system is "better", but at a certain point it becomes irrelevant: by 2050, there will be more and wealthier Americans, and fewer and poorer Europeans. In the 14th century, it took the Black Death to wipe out a third of Europe's population. In the course of the 21st century, Germany's population will fall by over 50 per cent to some 38 million or lower - killed not by disease or war but by the Eutopia to which Mr Schröder and his electorate are wedded.

On Sunday, Germany's voters decided that, like that Frenchman, they can live with the stench of death as long as the government benefits keep coming."

in The Daily Telegraph 20-09-2005

Simon Wiesenthal (1908-2005)

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