O MacGuffin: 11-Mar

sexta-feira, março 11, 2005

11-Mar

A SIC passou ontem uma reportagem sobre o 11 de Março em Madrid. Na reportagem, é entrevistada uma vitima do atentado (um rapaz), que disse qualquer coisa como (parafraseando): “Estou na disposição de perdoar todos [terroristas incluídos]. Só não perdoo a Aznar e ao seu ministro, que não souberam dizer não à guerra.”

A atitude politicamente correcta, neste caso, seria a de não comentar estas declarações, apelando à compreensão. Afinal de contas, este jovem sofreu na pele a dor e na mente o horror. Coisa que eu, but for the grace of God, não. Do canto do meu sofá de comodismo e com ar de ser repleto, limitei-me a assistir ao relato televisivo. De certa forma, esta vitima ganhou o direito a falar e a acusar quem lhe aprouver. Ainda assim, se me permitem, gostaria de acrescentar uma coisa: pelos vistos, não se livrou de proferir asneiras e de insinuar o insulto. E mais não digo. Recorro, antes, a Christopher Hitchens (pela mão do Francisco):

[traduzido] ”Aqui, outra vez, a evidência mais persuasiva é a que nos olha na cara. No Iraque, militantes muçulmanos colocam bombas nas mesquitas de muçulmanos que eles consideram heréticos. No Afeganistão e no Paquistão a mesma coisa: os extremistas Salafi e Wahhabi assassinam muçulmanos que eles julgam impuros ou não ortodoxos. E no Ocidente, há quem não seja muçulmano mas desculpe estas atrocidades, considerando-as “resistência”. São normalmente os mesmos que saúdam aquilo que eles pensam ser “a rua”. Não julgo que eles devam ser acusados de crimes de ódio, mas deviam ser obrigados a compreender que o que eles dizem é odioso e criminoso, assim como sectário. A batalha pela transparência da linguagem faz parte de um contexto mais abrangente, e está na altura dos opositores ao terror e ao fanatismo passarem a ser bem menos apologéticos e condescendentes em relação a estas questões.”

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