O MacGuffin

sábado, setembro 13, 2003

SOBRE O NINE-ELEVEN
Sobre a efeméride, recupero uma pequena-grande crónica de Vasco Pulido Valente (que é feito de ti Vasco?), escrita a 7 de Novembro de 2002. Um ano e uma guerra depois, nada parece ter mudado. As palavras do Vasco voltam a aplicar-se com total pertinência.

O 9 do 11
“Um ano depois do 11 de Setembro, como vão as coisas? Na altura, toda a gente (ou quase toda a gente) se comoveu e jurou guerra santa ao terrorismo. Já nessa altura a hipocrisia, pelo menos na "Europa" (e tirando, como sempre, a Inglaterra), era manifesta. Só se aprovava a guerra na condição de não a fazer. Os peritos previam um desastre no Afeganistão e o levantamento geral do mundo islâmico perante um ataque aos talibãs. Como lhes competia, erraram. Os talibãs foram removidos sem esforço e o mundo islâmico, dividido e corrupto, pouco se mexeu. Resta que a Al-Qaeda, embora enfraquecida, sobrevive e que não se conseguiu apanhar Ben Laden (suponho que ele continua vivo). Isto põe ao Presidente Bush um problema crucial. O 11 de Setembro demonstrou a vulnerabilidade do território americano. Pior ainda: o massacre artesanal com aviões roubados pode ser agora tentado em larga escala com armas de destruição maciça. À Al-Qaeda (e organizações da espécie) não falta dinheiro e países cúmplices para preparar o exercício. Os meios tradicionais, como a espionagem e a polícia, não chegam para impedir uma nova catástrofe. A única solução está - desde o princípio - em inverter os termos da questão, mostrando o preço do apoio ao terrorismo. Principalmente a Estados que são eles mesmos terroristas, como o Iraque, e que pretendem adquirir uma capacidade militar química, biológica ou atómica. A "Europa", que não sente a ameaça (e que, de facto, por enquanto não corre qualquer risco), já esqueceu o 11 de Setembro e condena o "belicismo" americano. Mas, para Bush, não há maneira de assistir inerme a uma segunda ofensiva. A guerra, que na "Europa" se toma como figura de retórica, é infelizmente real. E não acabará tão cedo.”

Vasco Pulido Valente

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