O MacGuffin

segunda-feira, março 24, 2003

COMENTÁRIOS

Comentário de Carla Santos Guedes:
A direita está no poder (em Portugal e em quase toda a Europa, para não
falar nos Estados Unidos); a guerra que apoia está em curso; todos os meios
de comunicação social portugueses estão nas mãos de grandes grupos
económicos, que partilham os seus pontos de vista. Posto isto, o meu amigo
está contra que corrente?


Cara Carla: obrigado pelo seu comentário. Em primeiro lugar eu não represento a direita. Não represento nenhum partido político. Estou-me nas tintas para que a direita esteja no poder (ou a esquerda), ou para que a mesma apoie a guerra. Penso pela minha cabeça e não em nome de capelinhas, grupos, simpatias ou politiquice. Posto isto, a Carla terá de reconhecer que falar hoje em conservadorismo, citar Oakeshott, relembrar Burke ou, até mesmo, defender uma intervenção militar no Iraque é tudo menos estar com a «corrente». Por exemplo: não é a esquerda que reclama que a esmagadora maioria das pessoas está contra a guerra? E que os governos estão a ir contra a vontade da maioria? Nesse caso, se a minha posição, no caso da guerra, não é ir “contra a corrente”, eu pergunto: o que é ir “contra a corrente”? Já agora, desde quando o Independente (com o Público os únicos jornais portugueses que leio) está nas mãos de um grande grupo económico?
Vivemos uma época em que falar em conservadorismo é sinal de senilidade ou reaccionarismo. Ou a Carla acredita, piamente, que é ao contrário? Esteja mais atenta e compreenderá o que significa o “Contra a Corrente”.

PS: By the way, foi o livro de Isaiah Berlin “Against the Current” que inspirou o nome deste blog. Quer um conselho? Leia-o

0 Comentários:

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial

Powered by Blogger Licença Creative Commons
Esta obra está licenciado sob uma Licença Creative Commons.